Cascos de lanchas cabinadas!... O que é um bom casco?
depende de onde e como você vai navegar...

Vamos falar somente de lanchas de passeio monocasco, pois esse assunto é muito vasto sendo que existem cascos de segmento com ou sem bulbo, cascos catamarans mono-convexos e bi-convexos, cascos de semi-planeio, cascos de corte, cascos de planeio, trimarans, etc..
 
Nas lanchas de passeio monocascos cabinadas, existem dois tipos principais de cascos diferentes em conceito de aproveitamento versus desempenho.
Em linguagem fácil de entender, são os cascos bi-convexos e bi-côncavos. São cascos denominados "planadores" pois navegam hidroplanando na superfície da água e consequêntemente sofrem maior ação do movimento superficial das condições do mar. Para isso essas embarcações necessitam de motores com a potência necessária para "levantar" o casco sobre a água e manter a embarcação nessa condição de hidroplaneio na velocidade de cruzeiro.

 
Os barcos com fundo de casco bi-convexos são aqueles projetados para ter um melhor aproveitamento interno, aproveitam mais os espaços por contarem com uma área útil bem maior internamente. São na grande maioria projetos importados, adequados aos "Grandes Lagos" e ao Mediterrâneo onde o mar não sofre grandes influências súbitas de mau tempo.
Os cascos bi-convexos são para navegação com bom tempo, mar até nivel 1 na costeira, ou, se tiverem um grande tamanho podem até fazer cruzeiros internacionais desde que equipados com estabilizadores dinâmicos que mantém o casco até 90% estável em mar mexido.
Sem estabilizadores esse cascos podem ser bem desconfortáveis com mar muito mexido. Em mar ruim, quando a velocidade tem que ser reduzida, os bi-convexos precisam de muito mais máquina para empurrar o pêso da embarcação empurrando as vagas com seu bojo, pois deslocam um volume grande de proa a popa.
Se tentar andar mais rápido nessas condições o mar ruim espalma no casco e sobe o costado molhando as vezes até o fly-bridge. Além do fato que o centro de gravidade nos barcos bi-convexos fica mais alto devido ao aproveitamento e somados ao fly bridge isso torna o balanço lateral diretamente proporcional à altura das vagas e do vento forte.
De qualquer forma, são um bom custo benefício se utilizados dentro dos padrões para os quais foram projetados ou seja, previlegiar o conforto.
 
Os barcos com fundo de casco bi-côncavos são os projetados para uma melhor navegação, as vezes em detrimento do espaço interno. Como podem comparar nas figuras, o perfil é totalmente diferente entre essas embarcações.
O espaço para a cabine de proa nesse tipo de casco é muito prejudicada exatamente por esse formato de "corte" da proa. Normalmente são cascos com proa alta e corte bem pronunciado, ideais para cortar vagas e navegar em mar agitado sem maiores dificuldades.
Todo projetista de lanchas para mar aberto dá o ênfase na capacidade de penetração da proa pois isso é o que determina poder "rasgar" as vagas sem bater e com o mínimo de respingos na casaria.
Uma outra boa característica desses cascos é uma maior economia de combustível por apresentar um menor fator de atrito na navegação. Quem se acostuma com esse tipo de casco em mares instáveis como os que temos na nossa costa, vai estranhar muito a navegação nas lanchas projetadas para outros mares.
 

De qualquer forma, na navegação costeira com tempo bom é como dizem os marinheiros; "até bote inflável resolve". A embarcação deve suprir as necessidades de custo/benefício para o proprietário e sua família portanto, para quem não se arrisca ao mar aberto como os pescadores de oceano, qualquer embarcação sendo manuseada com respeito pelas suas limitações poderá proporcionar lazer e diversão em toda a nossa bela costa.

Conheça dois grandes projetista navais:

Tom Fexas - Mares, RioStar, Bertram, Mikelson, Hatteras, etc... e o famoso

Joachim Küsters - Carbrasmar

por Bill Schepis